segunda-feira, 25 de junho de 2012

O perigo de apegar-se à própria obra


O perigo de apegar-se à própria obra

Pastoreai o rebanho de Deus que há entre vós, não por constrangimento, mas espontaneamente, como Deus quer; nem por sórdida ganância, mas de boa vontade; nem como dominadores dos que vos foram confiados, antes, tornando-vos modelos do rebanho (1 Pe 5:2-3). Vós, porém, não sereis chamados mestres, porque um só é vosso Mestre, e vós todos sois irmãos (Mt 23:8)
Mt 3:2, 11, 14-17; Jo 1:32-33; At 13:24
No início do Novo Testamento Deus enviou João Batista. Este veio como precursor do Senhor Jesus e tinha como objetivo preparar-Lhe o caminho, pregando a todo o povo de Israel o batismo de arrependimento (At 13:24). João descendia de uma família de sacerdotes, mas, em vez de servir no templo, usar vestes sacerdotais, alimentar-se das ofertas que cabiam aos sacerdotes e oficiar segundo a tradição daquela época, ele abandonou a velha religião e foi para o deserto. Lá usava veste de pelo de camelo, alimentava-se de gafanhotos e mel silvestre e pregava: “Arrependei-vos porque está próximo o reino dos céus” (Mt 3:2).
Deus o enviou para abrir caminho para o Senhor vir com Sua Palavra. Aqueles que se arrependiam, eram batizados por João no rio Jordão. Até o próprio Senhor Jesus foi a ele para ser batizado. João sabia que Jesus era aquele que haveria de vir: “Eu vos batizo com água, para arrependimento; mas aquele que vem depois de mim é mais poderoso do que eu, cujas sandálias não sou digno de levar. Ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo” (v. 11). As pessoas eram batizadas por João com água a fim de se preparar para receber o batismo Daquele que haveria de vir.
João Batista tinha muitos discípulos, mas, uma vez que o Senhor Jesus foi batizado e deu início ao Seu ministério, ele deveria seguir o Senhor e entregar-Lhe seus discípulos para que Este os batizasse com Espírito e eles se tornassem discípulos de Jesus. Entretanto, mesmo tendo clareza de sua função, sabendo que Jesus era o Cristo e tendo dito que não era digno nem de desatar-Lhe as sandálias, João manteve o seu grupo de discípulos e não O seguiu.
Jesus saiu da Galileia para o Jordão, a fim de que João O batizasse. “Ele, porém, o dissuadia, dizendo: Eu é que preciso ser batizado por ti, e tu vens a mim?” (v. 14). O Senhor Jesus, então, disse: “Deixa por enquanto, porque, assim, nos convém cumprir toda a justiça. Então, ele o admitiu” (v. 15). Cumprir a justiça é fazer tudo de acordo com a vontade de Deus, ou seja, fazer tudo de acordo com o que Ele determinou.
A seguir, Jesus foi batizado por João, e, ao sair da água, eis que se Lhe abriram os céus, o Espírito de Deus desceu como pomba, vindo sobre Ele, e eis uma voz dos céus, que dizia: “Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo” (vs. 16-17).
João Batista testemunhou tudo isso (Jo 1:32-33), o que comprova que ele deveria ter seguido após Jesus para ser batizado com o Espírito e com fogo, mas não o fez. Mesmo depois que o Senhor Jesus foi batizado e iniciou Seu ministério João Batista continuou tendo discípulos que o seguiam. Embora tenha iniciado bem a sua obra, ao conquistar certa posição de destaque, não conseguiu se despojar dela quando Jesus chegou. Pelo contrário, apegou-se à sua própria obra, com seus discípulos, de maneira independente e contrária à vontade de Deus.
Isso é um alerta a todos nós e mostra o grande perigo que há ao ser, temporariamente, bem sucedido naquilo que nos foi confiado. Ninguém que serve ao Senhor deve agir como João Batista. Quando ajudam as pessoas, não devem fazer delas seus seguidores, mas devem entregá-las e direcioná-las ao Senhor.

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