segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Ninguém se Inquiete

"Ninguém se inquiete com estas tribulações, porque vós mesmos sabeis que estamos designados para isto" (1 Tessalonicenses 3:3). 

Estamos cercados por sofrimentos. Por todos os lados há alguém sofrendo; não há escapatória: ou já sofremos, ou estamos sofrendo ou ainda haveremos de sofrer. Isto não é um presságio, mas é a descrição da realidade que cerca ricos e pobres, brancos e negros, cristãos e não-cristãos. Podemos conseguir a melhor profissão e o melhor salário, podemos conseguir o mais alto diploma, e a ciência médica pode atingir picos inigualáveis de conhecimento científico; mesmo assim, o sofrimento e sua "filha", a dor, sempre terão o poder de atemorizar o homem e fazê-Io padecer. 

Paulo precisou escrever duas epístolas para a jovem igreja dos tessalonicenses para ajudá-Ios a passar pelos sofrimentos que acometiam a comunidade inteira. Se você passa por algum tipo de sofrimento e precisa de consolo, essa carta é também para você. Não são muitos os cristãos que sabem ter a experiência do Senhor, que anda no vento rijo e no mar empolado (João 6:16-21). O experimentado Paulo queria levar a jovem igreja à percepção espiritual de que eles todos estavam em Deus Pai. 

Por que na vida humana há tantos sofrimentos? Será que foi assim desde o começo? Haverá uma época em que a dor deixará de importunar o ser humano? Na gênese dos céus e da terra e do próprio homem, as coisas não eram bem assim. Quando o Deus de amor criou o homem, Ele logo cuidou de criar um jardim para ele. O nome desse jardim era Eden. O significado da palavra Éden no hebraico é prazer, delícias. Você pode notar que a intenção de Deus, desde o começo, era dar ao homem uma vida cheia de prazer, uma vida destituída de tribulação, tristeza, sofrimento e dor. 

Na terra, era no Éden que Deus se encontrava com o homem (Gênesis 3:8). Você acha que o jardim era o que era, prazeroso e tranqüilo, porque nele havia os bosques frondosos, os límpidos rios, os pássaros canoros e a ausência de trabalho? Certamente que não. Isso era somente o cenário externo. O bosque, os rios e os pássaros eram bons de se ver, experimentar e ouvir. Mas, estritamente falando, o motivo vital de o jardim ser prazeroso era que, nele, Deus estava na virada do dia. Era a presença de Deus que deixava o jardim ser um Éden. Definitivamente não existe prazer fora da esfera de Deus. 

No momento em que o homem foi enganado pelo Diabo e Deus precisou expulsá-lo do jardim, os sofrimentos passaram a ser uma constante na vida humana. Os cardos e os abrolhos, o suor do rosto e a volta à terra - expressões poéticas para descrever labor e morte - passaram a ser os ingredientes do cardápio amargo da dieta humana (Gênesis 3:17-19). Essa é a razão do sofrimento generalizado. Foi a astuta serpente e o homem tolo que trouxeram para a terra o sofrimento. Mas o Deus de amor é insistente e tem feito de tudo para devolver para o homem o paraíso perdido. E esse paraíso veio na Pessoa de Cristo. 

Você já notou que, no Novo Testamento, onde estava o Senhor a sede, a fome, a enfermidade, a dor e a própria morte não podiam estar? Essas coisas e o Senhor não podiam coabitar. Onde estava o Senhor ali o paraíso estava. Enquanto o Senhor não retoma, em vez de blasfemarmos nos momentos de dificuldade e de sofrimento que certamente virão, devemos, como fez Paulo e Silas, no cárcere, cantar um hino novo ao Senhor (Atos 16:19-26). Que tal usarmos as tribulações para aprender a ter perseverança e, pela perseverança, a experiência e, pela experiência, a esperança? Se nós aprendermos com os sofrimentos que estão designados a todo mortal, poderemos ser surpreendidos em ver o Deus de amor nos conduzir para um lugar onde Seus filhos "jamais terão fome, nunca mais terão sede, não cairá sobre eles o sol, nem ardor algum, pois o Cordeiro que se encontra no meio do trono os apascentará e os guiará para as fontes da água da vida. E Deus lhes enxugará dos olhos toda lágrima" (Apocalipse 7:16,17). 

(Extraído da Seção "Refletindo" do JAV número 155 - Outubro 2005)

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